29 de set. de 2010

O brilho de Rocinante
















Há inúmeras passagens primorosas em Dom Quixote.  Em uma delas, o nosso herói e seu fiel escudeiro Sancho saem de cena para o brilho do quase inexpressível asno Rocinante.  Em determinado trecho da genial e bem-humorada narrativa de Cervantes, os personagens, exaustos das intermináveis caminhadas, param para uma sesta em uma relva fresca - onde e quando brilharia a figura do cavalo Rocinante:

“Não cuidara Sancho de pôr peias a Rocinante, porque o tinha na conta de tão manso e tão pouco voluptuoso, que nem todas as éguas de Córdova o tinham feito adquirir mau vício. Quis, pois, a sorte e o diabo (que nem sempre dorme), que andasse por aquele vale pascendo uma manda de éguas galegas(...) Sucedeu, pois, que a Rocinante veio o desejo de deleitar-se com as senhoras éguas, e, saindo, assim que as farejou, de seu natural passo e costume, sem pedir licença a seu dono, deu um trotezinho algo brioso e foi participá-las de sua necessidade.”

Um comentário:

  1. Manuel Carreiro30 setembro, 2010

    Também ri muito e me diverti muito com o "Quijote", Well!

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